Dia da Gula.
Veja qual o peso o mundo carrega.

Se você acredita que o Dia da Gula é um dia de para “enfiar o pé na jaca” e comer e beber à vontade, você pensa como muitos, mas está errado.
O Dia da Gula foi criado para alertar as pessoas aos graves problemas que o consumo exagerado de alimentos e bebidas trazem à nossa saúde.

“Eu já sei que comer e beber em exagero faz mal.”

Todo mundo

“Eu já sei que obesidade provoca inúmeras doenças.”

Todas as pessoas

“Eu já sei que é preciso ter hábitos saudáveis como boa alimentação e praticar exercícios físicos periodicamente para não ficar obeso.”

O mundo inteiro
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Um assunto tão falado, tão discutido, tão explorado, que pode até parecer sem sentido escrever sobre. Foi o que eu imaginei antes de ler algumas estatísticas:
– Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
– No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. A frequência de obesidade é semelhante em homens e mulheres. Nestas, a obesidade diminui com o aumento da escolaridade.
– Já em relação à obesidade infantil, o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos.
Fonte: Mapa da Obesidade ABESO

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Fome ou gula? Você sabe quando é uma ou outra?

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Entenda as 3 principais motivações para a fome:
1- Comportamental
Poucos sabem, mas a fome é guiada por hábitos. O corpo não sente a necessidade em comer, mas o cérebro manda uma mensagem, programada por nossos hábitos, de que está na hora de se alimentar, mesmo se a última refeição aconteceu em pouco tempo.
Nesse caso, o melhor é estabelecer novos hábitos! “Não é fácil, mas é possível. O cérebro se acostuma com tudo o que é imposto a ele.
Lembre-se: a adaptação é desafiadora, mas o corpo logo vai processar de forma natural o novo hábito.
2- Emocional
Como já dito antes, a fome surge em picos de tristeza ou alegria, visto que a comida pode servir de consolo ou de recompensa. Porém, saiba que esse descontrole não tem relação com os hábitos, mas com impulsos.
“O corpo não está com fome, mas a pessoa precisa comer, e geralmente são sempre alimentos bem gordurosos, para se sentir aliviada emocionalmente. Porém, logo depois, chega o sentimento de culpa e esse ciclo, a longo prazo, faz com que a pessoa crie uma relação negativa com a comida”.
3- Física
Essa é a fome que surge por sinais físicos, como estômago roncando. Nesse tipo, a pessoa entende quando é o momento de parar e consegue avaliar com calma as opções que têm no cardápio. “Não é a fome movida por impulsos, mas sim por satisfação”.

“Mens sana in corpore sano” (Mente sã em corpo são)

Pesquisadores da Norwegian University of Science e Technology, em Trondheim, na Noruega, acompanharam 42 adultos com obesidade — seis deles já haviam sido submetidos à cirurgia bariátrica. A todos, que se queixavam de episódios de compulsão alimentar, mais do que orientações sobre dieta saudável e atividade física, ofereceram um serviço de suporte emocional.

Ao longo de dez semanas, os pacientes participaram de 30 horas de sessões com psicólogos e, em cada uma delas, eram divididos em pequenos grupos nos quais se abriam sobre situações cotidianas, aprendendo a reparar nas emoções que suscitavam e a se abrir sobre elas com quem vivenciava a mesma situação.

Para os autores, quando as pessoas não conseguem seguir a reeducação alimentar proposta, mais do que um grande apetite alavancado por hormônios e redes neurais relacionados à obesidade e até mesmo questões genéticas, existiriam fortes aspectos emocionais que precisariam ser encarados para o sucesso do emagrecimento. No grupo do estudo, os mais frequentes foram traumas de infância, pensamentos negativos sobre si próprio e dificuldades nos relacionamentos. Segundo os noruegueses, aprender a lidar com eles deveria sempre fazer parte do processo de mudança de estilo de vida indicado no tratamento para a perda e a manutenção do peso.

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Em tempo, o estudo observacional não considerou o resultado na balança após o período de seguimento. Apenas avaliou que os voluntários demonstrarem prestar uma maior atenção aos momentos em se sentiam vontade, por exemplo, de beliscar um alimento, deixando de comê-lo de maneira mais automática. Os participantes também relataram maior confiança no tratamento da obesidade no final das dez semanas. Que os psicólogos são importantes nas equipes multidisciplinares, disso ninguém duvida.
Fonte: O trabalho saiu no Frontiers in Endocrinology, com o seguinte DOI: 10.3389/fendo.2021.738856